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mais cartas a Deus

Querido Deus, Eu acho que o grampeador é uma das suas melhores invenções. Ruth Querido Deus, Eu penso em você às vezes, mesmo quando não estou orando. Elliott Querido Deus, Eu aposto que é muito difícil para você amar todas as pessoas do mundo. Tem somente quatro pessoas em nossa família e mesmo assim eu não consigo fazer isso! Nan Querido Deus, De todas as pessoas que trabalharam pra você, eu gosto mais de Noé e Davi. Rob Querido Deus, Se você olhar pra mim domingo, vou lhe mostrar meus sapatos novos. Mickey Querido Deus, Nós lemos que Thomas Edison inventou a luz. Mas na Escola Dominical, nós aprendemos que foi você que fez isso. Então eu aposto que ele roubou a sua idéia. Donna Querido Deus, Ninguém pode ser um Deus melhor que você. Bem, só quero lhe dizer que não estou dizendo isso só porque você já é Deus. Charles Querido Deus, Eu não achava que laranja e púrpura combinavam, até que eu vi o pôr-do-sol que você fez na terça-feira. Aquilo foi legal! Eugene Querido Deus, Talvez Caim ...

cartas para Deus

Querido Deus, Em vez de deixar as pessoas morrerem e ter que fazer outras novas, por que você não fica com as que já tem? Jane Querido Deus, Quem desenha a linha entre os países? Nan Querido Deus, Fui a um casamento e os noivos se beijaram dentro da igreja. Isso tá certo? Neil Querido Deus, Muito obrigado pelo meu irmãozinho, mas eu tinha pedido um cachorrinho. Joyce Querido Deus, Chuveu durante nossas férias inteirinhas e meu pai ficou louco de raiva! Ele disse algumas coisas sobre você que não se deve dizer, mas espero que você não o castigue por isso. Seu Amigo (mas não vou dizer meu nome)

mar e meditar

"Sim, todos sabem que a meditação e o mar estão unidos para sempre" (Herman Melville, Moby Dick , 1851).

além da visão

"Eu tenho um jeito muito simples de orar. Ele é centrado inteiramente na atenção à presença de Deus e à sua vontade e seu amor. Isto é, ele é centrado na fé tão somente pela qual podemos conhecer a presença de Deus. Alguém pode dizer que isso dá à minha meditação o caráter descrito pelo Profeta como 'estar diante de Deus como se o estivesse vendo'. No entanto, isso não quer dizer imaginar algo ou conceber uma imagem precisa de Deus, pois para minha mente isso seria uma forma de idolatria. Pelo contrário, trata-se de adorá-lo como um ser invisível e infinitamente além da nossa compreensão e compreendê-lo como tudo. Minha oração pende para o que você chama 'fana'. Há em meu coração uma grande sede de reconhecer totalmente o vazio de tudo o que não é Deus. Minha oração é então uma forma de louvor elevando-se do centro do Nada e do Silêncio." Thomas Merton, em uma carta a um paquistanês sufi chamado Abdul Aziz (Merton, Dialogues with Silence , xvi).

brilho e escuridão

"Teu brilho é minha escuridão. Nada sei de ti e, por mim mesmo, não posso nem mesmo imaginar como conhecer-te. Se eu te imagino, caio em erro. Se te entendo, engano-me. Se estou consciente e certo que te conheço, sou louco. A escuridão é suficiente" (Thomas Merton [1941], Dialogues with Silence , 2001).

orações e elefantes

Caminhando por Vancouver, passei por uma loja de antiguidades com um cartaz interessante na vitrine. Não resisti.

a Verdade Nua e a Parábola

A Verdade Nua caminhou pela rua um dia. As pessoas viraram o olhar para outro lado. A Parábola chegou, adornada e bem vestida. As pessoas a saudaram com alegria. A Verdade Nua sentou-se solitária, triste e despida. "Por que você está tão triste?" -- perguntou a Parábola. A Verdade Nua respondeu: "Não sou mais bem-vinda. Ninguém quer me ver. Eles me expulsam de suas portas." "É difícil olhar para a Verdade Nua" -- comentou a Parábola. "Deixa-me vesti-la um pouco. Certamente, você será bem recebida". A Parábola vestiu a Verdade Nua com um vestido fino feito de narrativa, com metáforas, uma prosa incisiva e enredos cheios de inspiração. Com riso e lágrimas e aventura a se revelar, juntas elas começaram a desfiar uma estória. As pessoas abriram suas portas e serviram a elas o que havia de melhor. A Verdade Nua vestida de estória era uma convidada muito bem-vinda. (conto judaico, readaptação de Heather Forest)

Jumento

A abordagem que C.S. Lewis faz do amor romântico ou "eros", como ele prefere chamar, é muito profunda, talvez a parte mais produnda do seu livro, e ainda assim divertida em certas partes. Ele faz alusão a Francisco de Assis, que chamava seu próprio corpo de "Irmão Jumento". "O termo Jumento está muito bem empregado porque ninguem em sã consciência pode venerar ou odiar um jumento. Ele é um animal útil, resistente, malandro, obstinado, paciente, adorável e irritante; às vezes merecendo chicote, às vezes cenoura; ridículo e absurdamente belo. Assim é o nosso corpo" (C.S. Lewis The Four Loves , p. 101).

a amizade é inclusiva

"Lamb diz em algum lugar que se, de três amigos (A, B e C), o A morrer, então o B perde não apenas o A mas um pedaço do A que está no C, enquanto o C perde não apenas o A mas a parte do A que está no B. Em cada um dos meus amigos há algo que apenas um outro amigo pode extrair plenamente. Por mim mesmo, não sou grande o bastante para invocar a inteireza de um ser humano; preciso de luzes que não a minha para revelar todas as suas facetas. Agora que Charles está morto, nunca mais verei a reação de Ronald a uma brincadeira qualquer de Caroline. Longe de ter mais do Ronald, tê-lo para mim mesmo, agora que Charles se foi, eu tenho menos do Ronald. Portanto, a verdadeira amizade é o menos ciumento dos amores. Dois amigos se alegram ao receberem um terceiro, e três ao receberem um quarto amigo, se aquele que vier for mesmo um amigo verdadeiro. Eles podem então dizer como as almas benditas em Dante: 'Ali vem alguém que fará aumentar nosso amor'" (C.S. Lewis, Four Loves , p. 6...

é namoro ou amizade?

Não são muitos os pensadores cristãos que se debruçaram especificamente sobre o tema da amizade. Dietrich Bonhoeffer e C.S. Lewis parecem ser duas pedras preciosas para quem deseja refletir mais profundamente sobre a comunhão humana. É muito interessante a distinção que C.S. Lewis traça entre amor romântico e amizade pura e simples: "Os amantes estão sempre falando um ao outro sobre seu amor; os amigos quase não comentam sobre a amizade. Os amantes estão geralmente face a face, absortos um no outro; os amigos, lado a lado, estão absortos em algum interesse comum. Acima de tudo, Eros (quando dura) é necessariamente entre duas pessoas apenas. Mas dois, longe de ser o número necessário para uma amizade, ainda nem é o número ideal" ( Four Loves , p. 61).

claro, escuro

Um rabi perguntou a seus alunos: "Quando é que dá, ao amanhecer, para distiguir a luz das trevas?" Um estudante respondeu: "Quando distingo um bode de um macaco". "Não", respondeu o rabi. Um outro disse: "Quando eu distingo uma palmeira de um figo". "Não", respondeu o rabi de novo. "Bem, então qual é a resposta?", seus alunos o pressionaram. "É quando você se olha o rosto de cada homem e de cada mulher e se vê nele seu irmão e sua irmã", disse o rabi."Só então você viu a luz. Tudo o mais é treva" (um conto hassídico in War: A Call to Inner Peace).

amizade

Discutindo sobre a experiência da amizade, Lewis faz uma constatação surpreendente: a de que o homem moderno tem muita dificuldade de valorizar a amizade, de vê-la como uma forma nobre de amor. Ele, um estudioso da história clássica e medieval, comenta como a amizade era vista pelos antigos como "a mais feliz e a mais plenamente humana de todas as formas de amor humano; a coroa da vida e a escola da virtude" (C.S. Lewis, Four Loves , p. 57). Isso porque a amizade traz a experiência de amor independente de vínculos de sangue, independente de instintos imediatos, independente até da pressão da coletividade. A amizade é a forma de amor menos natural que há, por isso mais rara, dependente da vontade, da decisão, da escolha de cada um.

o amor que não é Deus

"Se a afeição se torna o soberano absoluto da vida humana, as sementes germinarão. O amor, tendo se tornado um deus, vira um demônio" (C.S. Lewis, Four Loves , p. 56). É claro que Lewis está atacando aquela experiência de amor bem humano, possessivo, quase egoísta, ou egoísta mesmo quando fazendo gestos de abandono e doação. Aquele amor que quer controlar o outro, que quer atenção só para si, que quer ver a todos em total dependência.

afeição

Comentando sobre a os riscos da afeição humana, advertindo sobre o quão possessivo pode se tornar esse tipo de amor, C.S. Lewis mostra como o amor materno exagerado e zeloso pode sufocar os demais membros de uma família. Uma mãe superprotetora pode impedir um filho de amadurecer. Assim também ele fala de seu trabalho como professor: "A minha própria profissão -- a de professor universitário -- é nesse sentido perigosa. Se formos bons devemos sempre trabalhar para que venha o momento em que nossos alunos estejam prontos a se tornarem nossos críticos e rivais. Devemos nos alegrar quando esse momento chegar, assim como o mestre de esgrima se alegra quando seu aluno consegue superá-lo e desarmá-lo. E muitos o fazem" (C.S. Lewis, The Four Loves , 51).

natureza e romantismo

Fazendo a crítica do movimento romântico e citando autores como Wordsworth e Browning, C.S. Lewis faz refletir sobre o modo ingênuo com que nos relacionamos com a natureza: "Se você tomar a natureza como mestre, ela lhe ensinará exatamente as lições que você já decidiu aprender; e isso é só um outro modo de dizer que a natureza não nos ensina... O único imperativo que a natureza proclama é: 'Olhe. Ouça. Veja.'" (C.S. Lewis, The Four Loves , p. 9).

ciúme

"A rivalidade entre todos os amores naturais e o amor a Deus é algo que um cristão não ousa esquecer. Deus é o grande rival, o objeto último do ciúme humano; aquela beleza, tão terrível quanto a de Gorgon, que pode a qualquer momento roubar de mim -- pelo menos é o que parece -- o coração de minha esposa ou esposo ou filha" (C.S. Lewis, The Four Loves, 1988).

crianças

"Vocês dizem: - Cansa-nos ter de conversar com crianças. Têm razão. - Cansa-nos, porque precisamos descer ao seu nível de compreensão. Descer, rebaixar-se, inclinar-se, ficar curvado. Estão equivocados. - Não é isto o que nos cansa, e sim, o fato de termos de elevar-nos até alcançar o nível dos sentimentos das crianças. Elevar-nos, subir, ficar na ponta dos pés, estender a mão. Para não machucá-las." j (Janusz Korczak)