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A Pedra de Amolar


Aquele que comigo, quando eu choro, chora
Aquele que comigo dança,
A este jamais direi:
Ora, não me amoles

Porque se como o ferro com ferro se afia
Afia o homem a seu amigo
Isto hoje te digo:
Podes me amolar!

Ó Deus, dá que quando entre eu e meu amigo
Houver atrito a ponto de sair faísca de fogo
Que eu não me desaponte porque esse tal
É enviado teu pra que eu não fique cego

Porque cego não vê que sem o esmeril
Se perde o fio, o gume
Quem pode perceber,
não perde a comunhão, assume
Estende a mão, aceita
A pedra de amolar

(um poema do Roberto Diamanso)

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