Despedida Se um dia você viajar pra Goiás E passar a porteira dos campos gerais Não se avexe e ande um pouco mais E será bem-vindo em meus quintais Com violas, cantorias. E se um dia você for ao Sul do Brasil E for tempo de inverno ou dia de frio, Provará o nosso chimarrão, Ouvirá, quem sabe, uma canção E haverá entre nós comunhão. Contaremos muitos causos, Lendas do sertão, Partiremos sobre a mesa Frutos deste chão, Levaremos na algibeira A recordação de um tempo tão bom. Se a distância um dia se estender entre nós E deixar-nos mudos, pensativos e sós, Os caminhos é que falarão Dos amigos que sempre serão, Pela fé, companheiros e irmãos.
Uma pessoa é uma voz. Uma voz custa a envelhecer. Uma voz é sempre pergunta ou resposta, saudação ou despedida, grito ou silêncio. Uma voz também é silêncio. A voz clama no deserto, e busca um eco, um eco, um eco. Clama na cidade, e é sufocada por tantos ruídos. A voz conversa sempre com a Voz.