Pular para o conteúdo principal

beira de estrada


E vem chegando na beira da estrada
Traz a poeira da longa jornada
Em seu alforje, seu tudo, seu nada
Sua algibeira é uma feira acabada.

Mas na mente a lembrança da casa do Pai,
A varanda caiada, uma folha que cai
No final do verão, ante a nova estação,
Vento novo que um dia viria.

E vem chegando entre lenços e laços,
Sobras de um tempo de perdas e lapsos.
Muitos remendos, costuras e trapos.
Não há sandálias, os pés vêm descalços.

Mas lá dentro do peito a saudade do Pai,
A vontade de ver o seu rosto que atrai,
De prostrar-se aos seus pés
De beijar seus anéis
De pedir sua graça, que basta e passa
Muito além da medida
Contida

E vem chegando e abrindo a cancela
Como se abre uma velha janela
A luz do sol cobre toda a cautela
Esta manhã nunca esteve tão bela

Comentários

Unknown disse…
Teríamos autorização para tocar essa canção na igreja? Alguém tem as cifras originais?
grato

Postagens mais visitadas deste blog

eixo

No fundo do poço há plena paz de águas puras e límpidas, ainda que abscônditas. No centro da roda de engenho o movimento é mínimo quase nulo, neutro, pois no eixo está a força contida que sustém os braços abertos de quem gira. No centro da Terra, no coração quente e escuro da Terra, ignorando tempestades, metrópoles, aviões e bombardeios, ondas e navios bravios, pulsa a vida.

finalmente, o site

Queridos amigos, finalmente nasceu o meu site. Visitem: www.gladircabral.com.br. Ele nasceu deste blog, por isso o conteúdo ainda é bastante semelhante. Mas pouco a pouco vou inserir no site informações novas, download de música, letras, cifras coisa e tal. Mas pretendo continuar com o blog até onde for possível. Espero vocês lá. Abraços, Gladir

uma canção nova

Despedida Se um dia você viajar pra Goiás E passar a porteira dos campos gerais Não se avexe e ande um pouco mais E será bem-vindo em meus quintais Com violas, cantorias. E se um dia você for ao Sul do Brasil E for tempo de inverno ou dia de frio, Provará o nosso chimarrão, Ouvirá, quem sabe, uma canção E haverá entre nós comunhão. Contaremos muitos causos, Lendas do sertão, Partiremos sobre a mesa Frutos deste chão, Levaremos na algibeira A recordação de um tempo tão bom. Se a distância um dia se estender entre nós E deixar-nos mudos, pensativos e sós, Os caminhos é que falarão Dos amigos que sempre serão, Pela fé, companheiros e irmãos.